A pintura de Bruno Mitre esconde mais do que revela. Não há literalidade na sua representação. Segundo Ferreira Gullar, "pintar é, entre outras coisas, reordenar a natureza, traduzi-la numa outra dimensão, mais consistente, mais permanente". As cidades de Bruno são ordenadas e representadas a partir de fragmentos urbanos.
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Prezado Dr. Mitre,
Ouro Preto 29 outubro de 2009
Sou a curadora das exposições de arte da Fundação de Arte de Ouro Preto, fiquei encantada com o trabalho do seu filho, Bruno Mitre. Percebo uma maturidade em suas obras, forte e expressiva.O trabalho deixa claro a sua personalidade marcante. Se por um lado nos apresenta cores fortes que explodem das telas, por outro, percebe-se uma áurea’´´clean’’, marcada por linhas que perpassam o universo de uma cidade-metrópole, confusa e contundente. Parece paradoxal, mas não é, sua desconstrução retira todo o excesso do cotidiano de uma cidade grande, com seus carros, sua correria, a falta de tempo e obriga a pensar, que mundo é esse, que cidade é essa, que me consome e ao mesmo tempo me faz falta.
Ana Fátima Carvalho
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–Um monte de destroços: não é o que nós, pós-modernos, queríamos?
Por Gerald Thomas - 2001.
"Londres | Do que estamos reclamando? Quando olho pela janela, aqui em Belsize Park, só vejo verde, plantas e não ouço um único barulho de automóvel, pois moro numa vila onde carro não passa. Mas essa utopia me parece até ridícula, sinto falta do meu último endereço. Era um endereço industrial: Kent Avenue, em Williamsburg, aquela avenida em que só passa caminhão lotado de destroços e lixo, na beira do East River. Foi de lá que vi os ataques ao World Trade Center. Foi de lá que vi as torres caírem. E foi lá, em Ground Zero, que servi como voluntário nos 21 dias subseqüentes, naquele monte de destroços de concreto, destroços de desgraças humanas e asteriscos políticos, em que eu vivia coberto de poeira tóxica vendo as coisas mais horrendas.
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A residência artística destaca-se, na atualidade, como uma instituição de relevante papel para o apoio, fomento e desenvolvimento das práticas artísticas, e é possível identificar a origem desta manifestação contemporânea, e de sua proliferação, em todas as partes do mundo, a partir da década de 1990. Nesse sentido, o panorama atual das residências vem se alterando em uma escala vertiginosa e sua relevância, enquanto instrumento de atuação no meio artístico justifica que o fenômeno seja estudado sob as diferentes perspectivas relativas ao processo dessa inserção e seu potencial, o que significa compreender a importância dessas formas de atuação do campo da produção artística.
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Na contramão do previsível. Bruno Mitre tem como conceito em sua obra o Desconstrutivismo. Com visualidade do futuro e uma expressão artística singular, o artista consegue elaborar amplamente uma materialidade lúdica entre a distorção da forma e a intuição plástica.
Sua resistência ao óbvio é silenciosa e proposital, fazendo com que sua obra penetre o espaço, tentando revelar o mistério que preside as suas metamorfoses.
Entre um vasto inventário de matérias e um grande repertório de formas e cores, a composição de seu trabalho soma-se à razão, para assim gerar uma linguagem abstrata geométrica, sem receitas teóricas nem regras ortodoxas.
Seu descontrutivismo majestoso não elimina a matéria estrutural, nem o colorido ousado que envolve o expectador como uma teia pronta a capturar sua presa.
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MORGAN DA MOTTA (*)
CRÍTICO DE ARTES VISUAIS
A junção de duas individuais resulta na dupla mostra de BRUNO e MARCONI na galeria de arte do BDMG CULTURAL com vernissage previsto das 19:00 horas as 22:30 horas de amanhã – quarta-feira na sequência do calendário 2012. Daí, de 05 de abril a 27 estarão à disposição e em display à Rua Bernardo Guimarães, Lourdes, das 10 às 18:00 horas, ou seja; incluso aos sábados e domingos>: pinturas, desenhos em técnica mista de Bruno, no espaço superior ou se refere paredes fazendo ´´pendant`` com literatura (leia-se palavras e frases bem como arquitetura (repito desenho) tendo como mote a arquitetura desconstrutivista. Por sua vez, Marconi vai usar e abusar do chão, a fim de trafegar pelas instalações, objetos e pintura, como exemplo o cenário urbano.
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Corajosamente expressiva, confiante assertiva, a arte do artista brasileiro Bruno Mitre une uma geometria fragmentada da linha e forma, com uma utilização atmosférica de cor em uma abstração linear da paisagem urbana. Inspirado pelo movimento desconstrutivista, Mitre cria um intercambio entre artes visuais, arquitetura e literatura, interpretando uma metrópole da mente em uma poderosa visão da sociedade contemporânea. Mitre constrói sua mídia mista e trabalha em uma variedade de meios, combinando com fluidez tintas acrílica e aquarela, carvão, caneta e pastel seco ou a óleo, com uma marca que pode ser suavemente solta e fluida ou firmemente desenhada e angular.
A arte de Bruno Mitre tem recebido atenção no seu Brasil natal através de numerosas exposições individuais e coletivas, incluindo obras na coleção do Palácio das Mangabeiras e do Palácio da Liberdade, onde também atuava como curador. Além de sua carreira em fine art, Mitre recebeu graduações em Arquitetura e Urbanismo, e tem especialização em conservação e restauro de conjuntos e monumentos históricos.
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Cores fortes, linhas claras e formas geométricas corajosas definem as características das obras que o artista plástico Bruno Mitre apresenta na exposição “Cubos Aéreos Transfigurados”, que pode ser visitada até dia 7 de maio, na Galeria do PIC Cidade (Rua Cláudio Manoel, 1185, Funcionários), em Belo Horizonte (MG), com entrada franca.
Nas 14 telas apresentadas na mostra, o artista foca na tinta acrílica e no carvão sobre tela, criando um conjunto de estados de espírito e texturas que geram a sensação de uma animada conversa entre os vários aspectos de cada imagem. Linhas finamente desenhadas contrastam com impressionantes traços largos e as combinações de cores dão a cada obra uma superfície de energia vibrante.
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